sábado, 2 de junho de 2012

Liberdade e espinhos

O Despertar Espiritual para alguns é como correr livremente por um campo verde. Deseja-se a sensação de liberdade, a comunhão com a natureza, a unidade. Só que a maior parte das pessoas desejam correr descalças e acabam por ferir a sola dos pés com os diversos espinhos que existem escondidos no chão, e passam assim a rejeitar a idéia anterior passando a vê-la como tolice ou utopia. Essa pessoa não percebe que a responsabilidade era sua de se proteger, se equipar com os instrumentos que lhe poupariam os ferimentos. Um bom calçado, por exemplo, protegeria os pés de forma que os espinhos passariam despercebidos.

Os espinhos ainda estariam ali, mas não causariam mais dor aos que estivessem preparados para eles. É tolice perder tempo tentando remover todos os espinhos do campo para só então correr livremente por ele. Mais sábio é proteger os próprios pés e fazer o que se quer fazer sem deixar que as dores se transformem em impedimento.

Assim é o caminho espiritual: a quem vê de fora é apenas o prazer da liberdade, a plenitude, e realmente é. Só que muitos são os espinhos espalhados pelo caminho. Aos despreparados, a dor é inevitável. Alguns desistem e passam a rejeitar esse caminho. Outros prosseguem suportando a dor a fim de sentir em algum momento a tão almejada liberdade. Esse é o caso dos que suportam flagelos e sacrifícios físicos a fim de domar o corpo e submeter o ego. Porém, apesar dessa escolha ser um ato de coragem, não há necessidade da dor e do sofrimento; não mais. O trilhar pode ser suave, prazeroso para aqueles que se calçam, para os que se protegem e passam a ver o mundo com as lentes do Amor Incondicional.

Você pode já ter tentado percorrer o caminho descalça, pode já ter se ferido muitas e muitas vezes, pode ter pensado em desistir ou em suportar, porém agora aprendeu, enfim, que a dor não é mais necessária àqueles que se submetem aos sacrifícios exigidos pelo amor maior.

No que diz respeito ao alimento, todas as consciências menores, de qualquer alimento, pode ser purificada por aquele que já despertou em si a verdadeira energia amorosa. O homem que está em união com a consciência pura não é escravo de nada: nem do que come, nem do que vê, ouve, respira, pensa ou sente. Ele é mestre de su mesmo e como tal pode controlar e transmutar a energia do mundo a seu redor a partir do mundo dentro de si.

Quando o mestre Jesus lhes ensinou: “O que faz mal não é o que entra pela boca do homem, mas o que sai”, ele queria que percebêssemos que para aquele que se preocupa com seu papel no mundo, com o que causa nos outros, assumindo a responsabilidade existencial e amando o suficiente para emanar apenas o que é belo, para este pouco importa o alimento que ingere, pois que qualquer coisa que coma será tocada pelo amor de sua essência já desperto na personalidade.

Um comentário:

  1. Blog muito bom o seu, tenho lido bons textos aqui.

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